domingo, 1 de março de 2020

A internet das coisas na educação do novo século

O conceito de Internet das Coisas diz respeito à interconectividade de serviços e objetos físicos através da Internet para facilitar a vida das pessoas. Dentro deste conceito entram a Smart TV, Smart House e assim por diante.

As possibilidades da Internet das coisas são praticamente infinitas, pois no final a ideia é fazer com o que tudo o que existe no mundo e fora dele (âmbito virtual) esteja conectado. É a Internet elevada à quarta potência.

No espaço educacional, as tecnologias de informação e comunicação (TIC) já vêm sendo utilizadas. Mas evidentemente, com a IoT chegamos a um outro nível. Já não se trata somente de montar uma exibição de powerpoint para aula de ciências ou história, muito menos de utilizar um mapa interativo a partir de um smart board. A Internet das coisas vai muito além disso. 

Pensemos em algo mais parecido com Matrix. Assim como na famosa trilogia futurista, as possibilidades da internet das coisas e sua aplicação na educação envolve neurociência e transmissores que possam acompanhar o desempenho dos alunos em cada disciplina, verificando suas deficiências e potencialidades, com vistas ao desenho de uma estratégia de ensino mais personalizada.

Esta aplicação foi mencionada em um artigo no blog de educação Lyceum, mas existem muitas outras possibilidades para a IoT na educação.

Assim como já existem as Smart Houses, pensemos numa Smart School, onde pais, alunos, professores e equipe diretiva estão conectados. Com certeza, a boa comunicação é parte fundamental para o funcionamento eficiente de qualquer empresa e organização, e com a escola não seria diferente. A Internet das coisas pode proporcionar esta melhora na comunicação dentro do ambiente escolar. 

Localização de alunos e funcionários, bem como a rotina escolar podem ser transmitidos em tempo real para todos. Os pais saberiam quando o seu filho “matou” aula, e a escola ficaria ciente quando um professor precisasse faltar, e ele poderia imediatamente passar uma atividade complementar para suas turmas.

Por outro lado, o trabalho burocrático sendo facilitado, os professores teriam muito mais tempo para planejarem suas aulas e para se dedicarem à boa qualidade e andamento da aula em si. Por sua vez, os alunos conectados à Internet e à própria sala de aula juntamente com seu professor, teriam uma experiência de ensino-aprendizagem ampliada. 

Tudo isto resultará num aumento extraordinário do controle sobre os alunos. Desde a hora em que chegam, o que comeram até o caminho deles de volta para casa. Mesmo o trabalho dos professores em sala de aula ficaria registrado e poderia ser monitorado.

No atual momento político que vive a sociedade brasileira, mecanismos de controle e monitoramento da sala de aula e do trabalho dos educadores, soam assustadores.

Certamente, a Internet das Coisas e sua aplicação na educação ainda levantarão muitas questões éticas. Mas isto não surpreende, pois todo grande invento revolucionário gera sentimentos contraditórios. 

Por outro lado, não podemos ficar impassíveis diante do fato de que a Internet das coisas quando aplicada de forma respeitosa em relação a todos os atores da comunidade escolar, pode de fato representar um grande ganho para todos.

APLICAÇÕES E EXEMPLOS DA INTERNET DAS COISAS

Conheça alguns exemplos que já existem de aplicações da Internet das Coisas:

Smart Home (Casa Inteligente) 

Como falamos, a internet das coisas veio para agilizar e tornar nossa vida mais prática e cômoda. É interessante ver diversas empresas que estão trabalhando na criação de aparelhos domésticos smart. Entre os mais comuns estão:


Aparelhos de TV smart (Smart TV)

Robôs de limpeza, onde você programa dia e hora para ele aspirar e passar pano na sua casa. Alguns modelos mais avançados já são capazes de fazer um mapeamento dos cômodos e evitar que o robô ande aleatoriamente e deixe cantos sujos.

Lâmpadas Inteligentes, onde você controla intensidade e cor da luz, além de poder ligar e desligar a distância.

Alarmes e portas inteligentes, que podem ser acionados também à distância.

Aparelhos como Alexa, que tem milhares de funções e podem até se conectar a outros aparelhos inteligentes e controlá-los a distância.

Wearables 

Estes são dispositivos portáteis que podem ser vestidos pelos seus usuários. Os wearables mais comuns são os relógios inteligentes, capazes de monitorar a prática de exercícios e até alertar a polícia no caso de detectar a queda do seu usuário. Existem ainda os óculos de realidade virtual e pulseiras de monitoramento.

Smart Grid 

No âmbito do setor energético, as redes inteligentes já são uma realidade em alguns países. A confiabilidade deste sistema é alta e parte da premissa de que o sistema seria capaz de coletar dados dos consumidores para rodar análises e melhorar a eficiência energética.

O ganho para o sistema energético é enorme, inclusive sendo capaz de detectar a falta de energia com enorme rapidez, de modo a redirecionar energia de outros pontos interligados da rede para abastecer a região afetada.

Cidades Inteligentes (Smart Cities)

Um dos grandes destaques surgem sob a forma das Cidades Inteligentes. Trata-se da aplicação do mesmo conceito de tecnologia para tornar a infraestrutura das cidades mais eficientes.

A ideia é que sistemas controlados por homens como os de transporte, energia, vigilância e esgoto, por exemplo, possam ser controlados através de uma tecnologia que já está em pleno desenvolvimento.

Isso tornaria possível direcionar policiais para áreas onde há alguma ocorrência real, indicar com precisão aos passageiros o horário em que seus ônibus vão passar no ponto próximo de suas casas e traçar uma rota eficiente para a coleta de lixo priorizando as vizinhanças onde há um maior acúmulo de lixo.

Realidade aumentada

Trata-se do auxílio dos recursos em 3D dentro de salas de aula. Sua maior vantagem é que permite que as pessoas interajam com o espaço e os estímulos da tecnologia. Além disso, aproxima do aluno objetos em grande e pequena escala, permitindo novos ângulos de observação.Internet das coisas

Trata-se da integração de objetos comuns à internet. Essa tecnologia, largamente utilizada para rastreamento e localização é muito útil para pesquisas de campo e para monitorar equipamentos, já que permite a obtenção de informações e o gerenciamento à distância.

Inteligência de localização

Mais uma tecnologia possível graças aos smartphones. Funciona através do mapeamento geográfico de dados, que permitem o acesso às informações sobre a relação das pessoas com o espaço. A ideia é usar essas técnicas em pesquisas científicas ou também para proliferar informações sobre pontos históricos e culturais, atingindo maior número de pessoas.

Assistentes virtuais

Essa ferramenta está se desenvolvendo cada vez mais rápido, propiciando maior interação entre o ser humano e os aparelhos digitais. Ao longo do tempo, podem se tornar grandes aliado em termos de acessibilidade e também auxiliar na colaboração entre universidades internacionais, funcionando como tradutores. Apesar de ainda ser uma tecnologia distante, tem muito potencial.

Bring your own device(Traga seu próprio aparelho)

Traduzida de forma literal, a tendência significa “traga seu próprio dispositivo” e diz respeito ao fato de ser cada vez mais comum que as pessoas levem para os ambientes de estudo e trabalho seus dispositivos móveis para realizar tarefas. Dessa forma, torna-se essencial que a infraestrutura desses locais esteja preparada para atender essa demanda, que pode ser aproveitada para estimular uma maior interação dos usuários com conteúdos multimídia e também a interação com outras redes de pessoas, em qualquer parte do mundo. A iniciativa torna o aprendizado uma experiência mais próxima dos estudantes, além de oferecer para as instituições de ensino a possibilidade de criar um ambiente de aprendizagem único.

Sobre a Eruga:  

A Eruga é uma startup curitibana que desenvolve sistemas educacionais com o uso de realidade aumentada. Seu objetivo é facilitar o aprendizado de temas complexos e tornar o ensino mais simples.

A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NAS ESCOLAS

Comenta-se muito sobre a tecnologia na educação, mas poucos de fato sabem como aplicá-la de forma eficiente no processo de ensino-aprendizagem. A escola não consegue acompanhar os avanços tecnológicos apreendidos pelos alunos fora da sala de aula, e estes terminam se desinteressando facilmente das aulas de informática oferecidas por muitas instituições de ensino.

O próprio modelo das aulas de informática (computadores desktop enfileirados em uma sala à parte das salas de aula) está obsoleto. Segundo artigo publicado em um blog de educação, são os Tablets que oferecem os maiores benefícios para os alunos devido à sua versatilidade e multifuncionalidade. As chamadas Smart TVs também são outro grande aliado, pois elas costumam estar conectadas a sites de reprodução de vídeo como Youtube, ou sites de séries e filmes como NETFLIX.

Por outro lado, se o uso da tecnologia não fizer parte de fato do currículo estaremos sub aproveitando o potencial que ela nos oferece. A escola e principalmente os professores mais antigos, ainda atrelados à escola tradicional, precisam aceitar o fato de que o mundo passa por uma revolução digital, e as crianças nascidas após os anos 2000 já são mesmo chamadas de nativos digitais.

Ignorar isso é contribuir para a falta de interesse que boa parte dos alunos nutrem pela escola. Se o corpo discente não ver observar a importância e relevância da escola para a vida, a motivação estudantil irá declinar e com ela a qualidade da escola, principalmente pública.

Aliás, é bom desde já colocarmos esta diferenciação. Escolas privadas costumam ter um melhor desempenho na aplicação da inovação tecnológica na educação, do que as escolas da rede pública. Isto foi tema de um artigo pedagógico publicado no site Editorarealize.com.br.

Mas isto de forma alguma deve servir para desmotivar o professor da rede pública. Apesar das dificuldades que podem advir da falta de estrutura adequada, o professor deve sempre motivar seus alunos e buscar soluções alternativas para as dificuldades.

Por este motivo, apresentaremos neste artigo as maneiras mais acessíveis de utilização da tecnologia em sala de aula, como aliada do processo de ensino-aprendizagem e não somente como um ator coadjuvante de uma metodologia tradicional. 

COMPETÊNCIAS DIGITAIS

Existe a possibilidade dos professores trabalharem com os alunos algumas competências digitais, sem a necessidade de uma grande infraestrutura ou sala de aula. 

Saber trabalhar com documentos digitais, planilhas compartilhadas, arquivos em nuvem, produção de vídeos e slides, pesquisa na internet, tudo isto são competências básicas para qualquer um que queira se inserir no moderno mercado de trabalho. 

Todas estas competências podem ser desenvolvidas através de smartphones, tablets, laptops, desktops. Seja do próprio aluno ou da escola. Aliás, em vez de proibir o uso de telefones em sala de aula ou esconder a senha do wifi da escola, as instituições de ensino poderiam aproveitar o interesse dos alunos pelo mundo digital e direcionar isso para a educação.

APLICATIVOS

Os jovens da era digital gostam de pesquisar e compartilhar aplicativos (apps). Existe uma grande variedade de aplicativos que podem auxiliar os professores em seu trabalho, e que são grátis para baixar. Com um simples telefone celular (do próprio aluno) e um wifi liberado pela escola, as aulas de todos os professores podem se tornar muito mais atrativas.

JOGOS

Os jogos são o último exemplo de inovação tecnológica na educação. Atualmente, muitos jogos podem ser facilmente baixados para o telefone, e muitos deles requerem habilidades específicas e podem desenvolver algumas competências, principalmente os jogos estratégicos e históricos que envolvem construção de cidades e civilizações, como: Age of Empires, Civilization, Cesar e outros mais modernos.

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